O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, 58, disse nessa quinta-feira que Bashar al Assad possui armas de destruição em massa e defendeu o diálogo

com o ditador sírio, além de afirmar que o Brasil monitora de perto a situação no país.

"Algum tipo de diálogo com o Assad é fundamental. Assad tem armas de destruição em massa na Síria. Então, como é que você faz (...)?", declarou o ministro durante sabatina patrocinada pela Folha em parceria com o UOL.

"(...) Você tem que ver com quem é que ficam essas armas, como é que isso aí evolui. Você imagina se uma evolução inteiramente caótica na Síria, o potencial desestabilizador que isso pode ter", afirmou ainda o ministro.

Durante o evento, Patriota defendeu ainda o diálogo com Assad, e disse que o Brasil acompanha a crise de perto.
http://newshour.s3.amazonaws.com/photos/2011/09/15/wmdsymbols_blog_main_horizontal.jpg"Em situações como essa, temos que analisar alternativas. Nos últimos meses, a posição da comunidade internacional evoluiu bastante", afirmou ele. "Há um enviado da Liga Árabe e o Conselho de Segurança da ONU aprovou o programa de seis pontos de Kofi Annan, que vem sendo implementado agora, e visa garantir acesso humanitário, libertação de presos, entre outros pontos. Trabalhamos em cima desse acordo", disse ainda o ministro.

No entanto, Patriota admitiu que a situação ainda não é satisfatória. "Há extremismo, violência, mas consideramos que o diálogo é fundamental. Muitos líderes que pediram a saída imediata de Assad, hoje, de maneira mais realista, acham que um governo democrático exigem uma transição", acrescentou.

Patriota disse ainda que o Brasil é contra o envio de armas à oposição síria, pois "militarizaria [ainda] mais o conflito".

"Como Annan disse, a ultima coisa que se espera é militarizar o conflito. O que queremos é interromper o ciclo de violência, dar espaço ao diálogo. A melhor aposta é a do plano de Annan. Esperamos que, com os cerca de 300 observadores militares, a situação possa se estabilizar".

Para o ministro, "compete ao Conselho de Segurança da ONU, que autorizou o envio de 300 observadores, [verificar] se o plano funciona ou se alguma outra medida deve ser tomada".

"Acho que o plano é uma aposta na qual ainda vale a pena acreditar, por enquanto. Não somos membros permanentes mas continuaremos monitorando de perto", disse ele.