No aeroporto de Bamako, capital do Mali, o movimento é incessante. Aviões enormes desembarcam os pesados equipamentos do exército francês que há dez dias luta no Mali.
A França já tem 2.200 soldados no local, pouco para uma operação militar em um país tão grande. O Mali tem o tamanho dos estados de Minas Gerais e Bahia juntos e está dividido ao meio. No sul, manda um governo enfraquecido. No norte, três facções de extremistas islâmicos dominam.
Eles impõem à população local uma obediência a regras religiosas rígidas e ameaçaram invadir também o sul. Evitar que o Mali virasse um país de terroristas foi a motivação da intervenção da França, algo que tem o apoio da população local e da comunidade internacional.

Essa semana na Argélia, um ataque de um grupo de mais de 30 terroristas serviu para mostrar o perigo desses grupos que nos últimos anos foram crescendo no norte da África. O armamento deles era pesado.

Uma operação brutal do exército argelino conseguiu salvar centenas de reféns, presos em uma usina de gás. Mas dezenas morreram entre argelinos e estrangeiros. Neste domingo (20), as forças de segurança argelinas encontraram mais 25 corpos. Os relatos dos que se salvaram falam de 80 horas de terror nas mãos dos extremistas.

A atenção se voltou para o Mali, onde existem milhares de terroristas e uma guerra que deve demorar. E, por isso, os franceses esperam mais do que palavras de apoio.


Em termos de combate, as tropas francesas vão continuar sozinhas por um bom tempo no Mali. Apesar das promessas de envio de 5.500 soldados africanos de vários países, falta decidir uma questão básica: quem vai pagar pelo deslocamento e manutenção de todos. Só em uma reunião no dia 29 em Addis Ababa, na Etiópia, isso será discutido.

No aeroporto chegaram dois pequenos grupos, algo que serviu para mostrar mais simbolicamente do que em termos práticos, o envolvimento africano. As palavras dos soldados eram de otimismo e de união. Eles ainda são muito poucos e não têm nem veículos, nem armas, nem munição para entrar em uma guerra contra milhares de terroristas. Já é um começo, mas para o Mali o fim dessa guerra ainda esta muito distante.


Fonte: G1