O russo Stanislav
Petrov recebeu o Prémio Internacional Dresden, atribuído anualmente a
personalidades cujo trabalho tenha evitado um conflito militar ou para
cessar a violência. Stanislav Petrov, ex-oficial soviético, impediu que
em 1983 estourasse uma guerra nuclear.
Stanislav Petrov era responsável nos anos 1980 pelo sistema de prevenção de ataques balísticos contra a URSS. Na noite de 26 de Setembro de 1983 estava de plantão no posto de comando nuclear Serpukhov-15, a 100 quilómetros de Moscovo, quando, inesperadamente, soou o sinal de alarme e no radar surgiram cinco mísseis americanos com dez ogivas nucleares cada um, voando em direcção à União Soviética.
Não havia tempo para reflectir. Segundo as instruções, o oficial devia informar com urgência os dirigentes do país para sancionarem um ataque de resposta. Mas cinco mísseis lançados de um ponto é muito pouco para começar uma guerra nuclear e Petrov seguiu o bom senso. O oficial decidiu ouvir a sua intuição: tendo consciência de toda a responsabilidade que assumiu, não reagiu ao sinal de alarme.
Eis como Stanislav Petrov se lembra disto hoje: “A história é simples. Certa vez eu estava de serviço quando soou a sirene. Tinha de resolver uma questão: o alarme era verdadeiro ou falso? Foi difícil. Até agora sinto as pernas tremer. Foi horrível. Mas era o meu trabalho”.
Petrov tinha razão. Como se verificou posteriormente, o sistema de alarme estava com defeito. A causa era uma avaria nos detectores do satélite pela luz do Sol, reflectida a partir das nuvens. Posteriormente foram feitas mudanças no sistema que permitiram evitar tais situações. A informação sobre o que ocorreu tornou-se secreta. O público só veio a saber das acções de Petrov, que impediram um conflito nuclear real entre a URSS e os EUA, em 1998.
Em 2006, na sede da ONU em Nova Iorque, o tenente-coronel soviético na reserva recebeu da organização social internacional Associação de Cidadãos do Mundo uma estatueta de cristal, uma mão a segurar o globo terrestre com a inscrição “Ao homem que impediu uma guerra nuclear”.
Hoje Stanislav Petrov é um cidadão modesto e pouco falador. Não gosta de se lembrar do acontecimento e não vê nada de grandioso no seu acto: “não fiz nada de heróico, simplesmente fiz o meu trabalho. É tudo”.
Stanislav Petrov era responsável nos anos 1980 pelo sistema de prevenção de ataques balísticos contra a URSS. Na noite de 26 de Setembro de 1983 estava de plantão no posto de comando nuclear Serpukhov-15, a 100 quilómetros de Moscovo, quando, inesperadamente, soou o sinal de alarme e no radar surgiram cinco mísseis americanos com dez ogivas nucleares cada um, voando em direcção à União Soviética.
Não havia tempo para reflectir. Segundo as instruções, o oficial devia informar com urgência os dirigentes do país para sancionarem um ataque de resposta. Mas cinco mísseis lançados de um ponto é muito pouco para começar uma guerra nuclear e Petrov seguiu o bom senso. O oficial decidiu ouvir a sua intuição: tendo consciência de toda a responsabilidade que assumiu, não reagiu ao sinal de alarme.
Eis como Stanislav Petrov se lembra disto hoje: “A história é simples. Certa vez eu estava de serviço quando soou a sirene. Tinha de resolver uma questão: o alarme era verdadeiro ou falso? Foi difícil. Até agora sinto as pernas tremer. Foi horrível. Mas era o meu trabalho”.
Petrov tinha razão. Como se verificou posteriormente, o sistema de alarme estava com defeito. A causa era uma avaria nos detectores do satélite pela luz do Sol, reflectida a partir das nuvens. Posteriormente foram feitas mudanças no sistema que permitiram evitar tais situações. A informação sobre o que ocorreu tornou-se secreta. O público só veio a saber das acções de Petrov, que impediram um conflito nuclear real entre a URSS e os EUA, em 1998.
Em 2006, na sede da ONU em Nova Iorque, o tenente-coronel soviético na reserva recebeu da organização social internacional Associação de Cidadãos do Mundo uma estatueta de cristal, uma mão a segurar o globo terrestre com a inscrição “Ao homem que impediu uma guerra nuclear”.
Hoje Stanislav Petrov é um cidadão modesto e pouco falador. Não gosta de se lembrar do acontecimento e não vê nada de grandioso no seu acto: “não fiz nada de heróico, simplesmente fiz o meu trabalho. É tudo”.
A
cerimónia solene de entrega do Prémio Dresden, no valor de 25 mil
euros, vai ser no dia 17 de Fevereiro de 2013. Antes, o antigo
presidente da URSS, Milkhail Gorbatchov, já o tinha distinguido pela sua
contribuição no processo de desarmamento nuclear.
Fonte: Jornal de Angola
Saiba Mais
Stanislav Petrov (nascido em 1939) é um coronel reformado do Exército Vermelho que, em 26 de setembro de 1983, evitou uma potencial guerra nuclear ao se recusar a aceitar que mísseis estadunidenses tinham sido lançados contra a URSS, apesar da indicação dada pelo sistema de alerta computadorizado. Os alertas do computador soviético mais tarde se revelaram errados, e Petrov ficou como a pessoa que evitou a Terceira Guerra Mundial e a devastação de boa parte da Terra por armas nucleares. Por causa do sigilo militar e de diferenças políticas e internacionais, os atos de Petrov foram mantidos em segredo até 1998.
O incidente de 1983
O Tenente-Coronel Stanislav Petrov era o oficial do dia no bunker Serpukhov-15 perto de Moscovo no dia 26 de setembro de 1983, época da Guerra Fria. Apenas três semanas e meia antes, os soviéticos haviam derrubado um avião Boeing 747 sul-coreano, matando 269 abordo. A responsabilidade do Tenente-Coronel
Petrov era observar a rede de alerta preventivo por satélites e
notificar seus superiores sobre qualquer possível ataque com míssil
nuclear contra a URSS. Caso isto ocorresse, a estratégia da União
Soviética era lançar imediatamente um contra-ataque nuclear maciço
contra os Estados Unidos, como previsto pela doutrina da Destruição Mútua Assegurada.
Pouco após a meia-noite, os computadores do bunker indicaram que um míssil estadunidense se movia em direção à União Soviética. O Tenente-Coronel
Petrov deduziu que havia ocorrido um erro do computador, já que os
Estados Unidos não lançariam apenas um míssil se estivessem atacando a
União Soviética, e sim vários ao mesmo tempo. Além disso, a
confiabilidade do sistema por satélite havia sido questionada
anteriormente. Por isso, ele considerou o alerta como alarme falso, concluindo que de fato não havia míssil lançado pelos EUA.
Pouco tempo depois, os computadores indicavam que um segundo míssil
tinha sido lançado, a seguir dum terceiro, um quarto e um quinto. Petrov
ainda acreditava que o sistema computadorizado estava errado, mas não
tinha mais outras fontes de informação para poder confirmar as suas
suspeitas. O radar terrestre da União Soviética não tinha capacidade para detectar mísseis além do horizonte, então quando o radar terrestre pudesse positivamente identificar a ameaça, seria tarde demais.
Percebendo que se ele estivesse equivocado, mísseis nucleares logo estariam a chover sobre a URSS,
Petrov decidiu confiar na sua intuição e declarou as indicações do
sistema como alarme falso. Após um breve momento, ficou claro que seu
instinto estava certo. A crise fez nele grande pressão e muito
nervosismo, mas o juízo de Petrov foi correto. Uma guerra nuclear de
escala total tinha sido evitada.
Não estava agendado para Petrov estar de guarda aquela noite. Não
estivesse ele lá, seria possível que um outro oficial no comando tivesse
feito a decisão contrária.
Conseqüências
Apesar de ter prevenido um potencial desastre nuclear, Petrov
desobedecera ordens e desafiara o protocolo militar. Mais tarde, ele
sofreu intenso questionamento pelos seus superiores sobre a sua atitude
durante a prova de fogo, o resultado disso foi que ele não mais foi
considerado um oficial militar confiável.
O exército Soviético
não puniu Petrov pelas suas ações, mas não reconheceu ou honrou-lo
também. Suas ações haviam revelado imperfeições no sistema militar
Soviético o que deixou seus superiores em maus lençóis. Foi-lhe feita
uma reprimenda, oficialmente pelo arquivamento improprio de papelada de
trabalho, e sua, uma vez promissora, carreira chegou ao fim. Ele foi
recolocado para um posto menos sensível e por fim retirado do serviço
militar.
Petrov continuou vivendo na Rússia como pensionista, passando sua aposentadoria em pobreza, na cidade de Fryazino. Ele disse que não se considera um herói pelo que fez naquele dia, mas mesmo assim, em 21 de Maio de 2004, uma associação californiana, chamada Association of World Citizens, deu ao Coronel Petrov seu prêmio World Citizen Award, junto com um troféu e US$ 1.000,00 em reconhecimento ao papel exercido ao evitar a catástrofe.
Menos de dois meses após o evento de Setembro de 1983, a ABC, rede de TV norte americana. televisionou o controverso filme The Day After.
O drama de ficção trata de uma guerra nuclear entre os Estados Unidos e
a União Soviética e que efeitos isto teria em famílias vivendo numa
típica cidade americana. Hoje em dia, acontecimanentos envolvendo Petrov
permanecem desconhecidos ao público americano. A maioria das pessoas
pensa (incorretamente) que a Crise dos Mísseis de Cuba, vinte anos antes, foi o evento mais recente que poderia ter eclodido numa guerra nuclear.
Texto adicional do Wikipédia
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