A Grã-Bretanha chegou a avaliar a possibilidade de permitir que a Argentina contasse com uma base naval nas Ilhas Malvinas duas semanas antes da guerra em 2 de abril de 1982, revelam documentos.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKpjbDgP10GRCwkm6rt2dY_Jr8CGSeiDUwy7QFjk5CN0HGzTNtoD4TO52YFS2uYT1m7jqlMbu72D2wEni_3ja0TGSERwNVHePc4XIEiXC21SPg7xRQMhOEsTrKDF2hxklkRLx-Sa4h8eFV/s320/Malvinas-30-anos-despues2.jpgDavid Joy, na época representante da embaixada britânica em Buenos Aires, entrou em contato com seu colega chileno Raul Shmidt para discutir a crise com a Argentina, antes de escrever um memorando secreto em 5 de março de 1982, segundo os documentos.
Neste intercâmbio, Schmidt disse a Joy que as disputas de soberania da Argentina com o Chile e a Grã-Bretanha surgiam da intenção de Buenos Aires contar com um porto no Atlântico Sul.
"A tese de Schmidt se baseia essencialmente na necessidade da Marinha Argentina de contar com um porto estratégico mais ao sul e mais protegido que o atual, Puerto Belgrano", segundo um dos documentos.
O documento destaca que "os argentinos estão, segundo Schmidt, despreparados para contar com outro porto seguro mais ao sul, um objetivo que poderia ser satisfeito ao ter acesso às ilhas ao sul de Beagle ou as Falklands [Malvinas]".
Segundo informou o jornal The Times, em 15 de março de 1982 o relatório "Um problema comum com o Chile?" (em tradução livre) foi recebido e distribuído por Colin Bright, responsável ela América do Sul na chancelaria britânica, como também por outros altos funcionários britânicos.
O jornal explicou que algumas notas anexas ao relatório original sugeririam que a Grã-Bretanha "estaria aberta" a ideia de negociar um acordo para a criação de uma base naval argentina nas Ilhas Malvinas duas semanas antes da guerra.
"Estamos de acordo que os interesses argentinos na segurança do Atlântico Sul fazem parte de seu desejo de obter a soberania das Ilhas. Se tudo o que querem é uma base naval, nós poderíamos acomodá-los facilmente", se lê em uma das notas. De acordo com o Times, estas revelações dão credibilidade para as teses que defendem que a chancelaria britânica não tinha interesse nas Ilhas.

Fonte: O Reporter