Segundo a mídia local, o governo japonês aprovou uma decisão que prevê doar vários navios-patrulha às Filipinas. As embarcações, as quais custam cada uma cerca de 11 milhões de dólares, terão como missão monitorar as atividades da China em águas do mar da China Meridional.
Observadores
apontam a urgência com que o governo nipônico decidiu incluir o custo
de navios-patrulha no Orçamento do Estado para o ano em curso, o que
sugere que Tóquio está muito preocupado com a evolução do litígio
territorial com a China.
Ante
o agravamento, nos últimos meses, da disputa sobre as ilhas Diaoyu
(Senkaku), o Japão toma medidas com vista a reforçar suas posições na
área das ilhas. Dentro da estrutura da Guarda Costeira está sendo criada
uma unidade especial permanente responsável pela defesa das ilhas do
mar da China Oriental, consideradas por Pequim territórios chineses
ilegalmente ocupados. Já no exercício corrente, Tóquio programa
encomendar para o novo destacamento seis navios-patrulha de mil
toneladas de deslocamento cada um. Além disso, nos próximos meses, serão
modernizados dois patrulheiros de grande porte já disponíveis.
Ao
mesmo tempo, o Japão está procurando aliados. Os passos no sentido de
reforçar a cooperação defensiva com seu aliado tradicional, Estados
Unidos, o Japão combina com desenvolvimento de relações com vizinhos,
especialmente aqueles que também estão preocupados com o incremento do
poder naval da China.
Em
janeiro deste ano, durante uma visita a Manila, o ministro das Relações
Exteriores do Japão, Fumio Kishida, em várias ocasiões enfatizou que os
dois países têm um interesse comum no fomento da segurança regional da
Ásia-Pacífico. É de notar que a segurança marítima foi um dos temas
centrais das conversações entre os chanceleres do Japão e das Filipinas.
As Filipinas, na opinião de Tóquio, são um aliado natural, pois vêm
disputando com a China os direitos sobre as Ilhas Spratly (Nansha)
situados no Mar da China Meridional, ressalta Valeri Kistanov,
especialista em temas do Japão do Instituto do Extremo Oriente
pertenecente à Academia das Ciências da Rússia:
"O
Japão pretende criar uma espécie de coalizão para dissuadir a China na
Ásia Oriental. Para o efeito, está sendo explorado o fato de a China ter
litígios territoriais também com as Filipinas, o Vietnã e a Malásia. O
Japão acredita que deve ajudar os referidos países a fazer frente à
estratégia de ofensiva marítima da China."
Durante
o último período, o Japão vem incrementando a cooperação com o Vietnã, a
qual também tem conotações anti-chinesas, assinalou o perito. De acordo
com a mídia japonesa, a Guarda Costeira do país planeja promover
treinamento para o pessoal vietnamita e filipino engajado no
patrulhamento de áreas marinhas. Portanto, a região dos mares da China
Oriental e da China Meridional está se convertendo em cenário de aguda
confrontação, o que é singularmente perigoso porque até o momento
nenhuma das partes envolvidas em disputas territoriais não propôs
qualquer plano de resolução do conflito que seja aceitável para outros,
ao menos como base da negociação. No entanto, tudo está evoluindo
segundo um roteiro que lembra a "guerra fria", em que cada bloco estava
empenhado em fortalecer suas posições e recrutar novos aliados.
Fonte: A Voz da Russia
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