O submarino Tapajó, integrante da Marinha do Brasil, está atracado no porto de Natal desde o último domingo (10). A embarcação, de origem carioca, está na capital potiguar devido a questões logísticas, já que realiza o processo de abastecimento. Além disso, os militares estão realizando um período de adestramento, com treinamentos e orientações náuticas sobre a costa brasileira.

De acordo com o comandante do submarino, capitão-de-fragata Horácio Cartier, Natal será a última parada antes da viagem a Porto Rico, local onde será realizado um período de treinamento com outras esquadras, entre elas, a norte-americana, considerada a mais equiapada do mundo. A viagem está prevista para ser realizada num período de 25 dias, sem escala.
“A vinda para Natal se deu por uma questão de logística. Aqui, faremos a última parada antes de embarcarmos para a cidade de San Juan, em Porto Rico, onde realizaremos o nosso treinamento militar”, conta o comandante do submarino.

O Tapajó é o terceiro construído no Brasil e teve o seu casco fabricado na Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A (Nuclep), por meio do trabalho de engenheiros, técnicos e operários do arsenal da Marinha do Rio de Janeiro. O comandante Horácio Cartier conta que em virtude de recentes estudos sobre a construção de outros submarinos, alguns contatos foram realizados com a Marinha dos Estados Unidos, já que as embarcações norte-americanas são movidas a energia nuclear, enquanto que as brasileiras se locomovem a propulsão de diesel.
“O nosso submarino é movido a propulsão de diesel. Já os norte-americanos, são movidos a energia nuclear. Por isso, está sendo montado uma base de estudos para a instalação desse tipo de tecnologia no Brasil. Algumas pesquisas na área estão em desenvolvimento e acredito que poderemos chegar a esse ponto”, explica Cartier.
O submarino tem características muito robustas, tendo comprimento total de 61,2 metros, com um diâmetro de 6,2 metros. Atinge uma velocidade superior a 20 nós, o que representa ultrapassar a barreira dos 37 Km/h. O “Tapajó” atua em operações superiores a 200 metros de profundidade e possui um grande poder ofensivo, pois tem a capacidade de lançar torpedos guiados a fio a longas distâncias. Conta para isso, com oito tubos de torpedos. A embarcação comporta uma tripulação de 45 militares, sendo 10 oficiais e 35 praças.
Experiência nova
Segundo o capitão-de-fragata Cleber Ribeiro, alguns militares natalenses nunca tiveram a oportunidade de ver uma embarcação desse nível tão perto.
“A presença de uma embarcação desse calibre vai propiciar aos nossos oficiais um primeiro contato direto, já que muitos nunca viram de perto um equipamento como este. Isso motiva o grupo e mostra a importância da Marinha para o nosso país”, conta Cleber Ribeiro.

Fonte: G1