O governo brasileiro enviou para a reunião da cúpula de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) que discutiria espionagem nesta sexta-feira, em Genebra, uma diplomata de baixo escalão que acabou substituída, durante o dia, por uma estagiária. O Brasil chegou a patrocinar a convocação do encontro, ao lado de Alemanha e países escandinavos. Mas nas duas horas de reunião a delegação brasileira não pediu a palavra uma só vez e a estagiária se limitou a tomar nota do que dizia cada um dos participantes. Enquanto isso, a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, promovia um almoço para sua despedida do cargo.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYJjnxJCnS5sioPlu_3v-Jq_zoxJ1mJ0ZU079uSb0VwQ_SuCe7Rw3_3r9cJngIR5t_TWkcyU_Uyar8XyRA2lBvWfY6ZwrMNsNcNvLcdLyJRl0jU0QWwI5AuH2ZOUuQSiuY9MVX1aGZMMaz/s320/conselho-onu-g.jpg A presidente Dilma Rousseff promete usar seu discurso na Assembleia-Geral da ONU na semana que vem para levantar o assunto. Ontem, porém, ONGs e diplomatas de vários países se surpreenderam diante do silêncio do governo do Brasil.
Na reunião, diplomatas discutiram o caso brasileiro, em que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) é suspeita de monitorar e-mails da própria presidente, além de dados sigilosos da Petrobrás. O encontro contou com a alta comissária Navi Pillay e o relator da ONU para Liberdade de Expressão, Frank La Rue.
Ficou acertado que a ONU deverá convocar ainda neste ano uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos para debater de novo o tema. A meta é que uma resolução seja apresentada para esclarecer qual a posição do direito internacional em relação à espionagem.

De Epoca